29 de abril de 2009

Modelos Pedagógicos e Modelos Epistemológicos

Empirismo

Na epistemologia empirista, a única fonte de conhecimento humano é a experiência adquirida em função do meio físico mediado pelos sentidos. Na perspectiva empirista, o ensino se dá centrado no professor que dita, fala, decide, ensina, pois crê que somente ele pode produzir algum novo conhecimento no aluno. Este, por outro lado, só aprende se o professor lhe ensina, lhe transfere o conhecimento.
Assim, o papel do aluno é escutar passivamente, executar ordens em silêncio, quieto, repetindo quantas vezes for necessário, até aderir em sua mente o conhecimento transmitido pelo professor. O sujeito encontra-se, por sua própria natureza, vazio, como uma "tábula rasa", uma folha de papel em branco.
Para Locke, o homem não pode atingir a verdade definitiva, pois tem nos fatos, e não nele, a fonte principal para tal explicação. Refuta a idéia das teorias inatas e com isso destaca a importância da educação e da instrução na formação do homem.
A pedagogia para os empiristas é diretiva. O aluno aprende se e somente se, o professor ensina.
O professor acredita no mito da transferência do conhecimento. O professor possui o saber e detém o poder estabelecido por hierarquia: "O professor ainda é um ser superior que ensina a ignorantes. O educando recebe passivamente os conhecimentos, tornando-se um depósito do educador" ( Freire, 1985, p. 38).

Apriorismo

A epistemologia apriorista opõe-se ao empirismo por considerar que o indivíduo, ao nascer, traz consigo, já determinadas, as condições do conhecimento e da aprendizagem que se manifestarão ou imediatamente (inatismo) ou progressivamente pelo processo geral de maturação. Toda a atividade de conhecimento é exclusiva do sujeito, o meio não participa dela.
Essas idéias inatistas seriam submetidas ao processo maturacional de forma pré-determinada ou a priori. A base do apriorismo é, portanto, que o sujeito está para o objeto, sem a interferência do meio.
A pedagogia apriorista é não-diretiva, difícil de viabilizar, portanto não é fácil de detectar sua presença na prática da sala de aula. O professor é um auxiliar do aluno, um facilitador.
O aluno já é um saber que ele precisa, apenas, trazer à consciência, organizar, ou ainda, rechear de conteúdo. O professor deve intervir o mínimo possível.


Construtivismo

O construtivismo ou interacionismo representa uma postura epistemológica que compreende a origem do conhecimento na interação do sujeito com o objeto.
Piaget traçou parelelos e analogias entre a Biologia e a Psicologia e mostrou que a inteligência é o principal meio de adaptação do ser humano. A inteligência não cria organismos novos, mas constrói mentalmente estruturas suscetíveis de aplicar-se às estruturas do meio.
Ela constitui uma atividade organizadora cujo funcionamento prolonga o da organização biológica e o supera, graças a elaboração de novas estruturas. A epistemologia construtivista propõe que o conhecimento não é dado como algo terminado, acabado. Um dos pressupostos do construtivismo é que nossa estrutura cognitiva está configurada por uma rede de esquemas de conhecimentos, os quais dependem do nível de desenvolvimento e dos conhecimentos prévios do sujeito aprendente.
No construtivismo, o sujeito e o objeto não são estruturas separadas, mas constitui uma só estrutura pela interação recíproca. Nesse sentido, a fim de propiciar que o aluno seja ativo e protagonista, na construção do conhecimento, surge a necessidade de o professor exercer um papel igualmente ativo, pois é ele quem dispõe das condições para que o aluno acione seus conhecimentos prévios, , o professor além de ensinar, aprende aquilo que o aluno já construiu até o momento, quer dizer “quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender” (FREIRE, 1996, p. 23).

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