31 de outubro de 2010

Os Conflitos Existenciais

A mistura da realidade e da fantasia suscita questões importantes como os valores de relacionamentos, natureza, família, tolerância, sentimentos, sabedoria, respeito, diferenças, determinação, companheirismo, imaginação x realidade contidos nas histórias, esses são absorvidos pelas crianças e ajudam a enfrentar seus conflitos existenciais e a lidar com esses medos, mostrando como resolver seus problemas e a compreender as coisas ao seu redor.

Tânia Fortuna afirma que,

a criança, ao dar um nome e uma etiqueta aos próprios medos, de modo a exprimi-los de viva voz, a poder declará-los abertamente e a ter certeza de que os outros poderão aceitá-los e compreendê-los, ela realiza uma sofisticada operação mental em que fala consigo mesma e com os outros de uma sensação que, de outro modo, seria inexprimível. Ao mesmo tempo, circunscreve o âmbito e os limites daquilo que assusta, prepara o processo de redução e, finalmente, de extinção dos medos, capacitando-se, com o tempo, a superá-los. (2004, p. 190)

A utilização das histórias infantis e os contos de fadas facilitam a compreensão do comportamento, as verdades e realidades que estão subentendidas nas histórias. Estes simbolismos contribuirão para a construção uma personalidade sadia de forma significativa para sua formação social.

Podemos usar as histórias infantis para falarmos dos preconceitos, alguns deles como a questão de ser gordo e não aceitar-se.

Muitas vezes não nos aceitamos como somos. E estas atitudes geram problemas afetivos. A desmistificação da questão que por ser gordo não quer dizer que seja uma pessoa malvada e feia e o contrário também.

Dessa forma, através do imaginário, a criança consegue identificar e compreender seu lugar nos grupos que participa, aprende a respeitar regras básicas de convívio social e a diversidade que a compõe, contribuindo de forma significativa para sua formação pessoal e autonomia.


Referências:

FORTUNA, T. R. 2004. Brincar, viver e aprender: educação e ludicidade no hospital. Ciências e Letras-Revista da Faculdade Porto-Alegrense de Educação, Ciências e Letras. Porto Alegre, n. 35, Jan/Jun, p. 185-201.

24 de outubro de 2010

A Reflexão

Levando em consideração todos os acontecimentos e durante este período do estágio, penso que o diálogo é fundamental para o processo da construção, das trocas, no desenvolvimento do conhecimento e principalmente para que isso aconteça, preciso ser reflexiva.

Perrenoud afirma:
A autonomia e a responsabilidade de um profissional dependem de uma grande capacidade de refletir em e sobre sua ação. Essa capacidade está no âmago do desenvolvimento permanente, em função da experiência de competências e dos saberes profissionais. Por isso, a figura do profissional reflexivo está no cerne do exercício de uma profissão, pelo menos quando a consideramos sob o ângulo da especialização e da inteligência no trabalho. (2002, p.13)


Hoje vejo que antes não refletia sobre a minha prática e toda a complexidade que se apresentava diariamente. Ficava mais preocupada em saber se o que um determinado autor tinha escrito se aplicava a situação vivida naquele momento. Não conseguia avaliar-me, principalmente identificar onde e o que teria que alterar em meu planejamento.

Acredito que minhas reflexões em sala de aula durante as atividades, pois hoje vejo que é impossível se desligar deste ato, me fazem ficar atenta a detalhes antes não percebidos. Por exemplo, pensava que para ter a atenção deles e explicar alguma coisa, era necessário silêncio total. Dificilmente peço para ficarem calados. Eles não se sentem intimidados e participam espontaneamente, sentem-se valorizados por fazerem parte de um todo por terem suas opiniões respeitadas.

São durante essas conversas, esses diálogos paralelos que surgem as trocas e a produção dos saberes. Nesse sentido, no instante em que praticamos alguma coisa a aprendizagem se processa, quando trocamos nosso conhecimento com alguém, através de estímulos recebidos a uma determinada “situação” e influenciado pela busca deste conhecimento seja de fatores internos ou externos ao seu cotidiano, toda informação adquirida, a vivência, as experiências, isso facilitará as trocas e oportunizará ao aluno a construção da auto-estima e da autonomia, contribuindo de forma significativa em sua formação pessoal e social.

Referências:

PERRENOUD, Philippe. A prática reflexiva no ofício de professor: profissionalização e razão pedagógica. Porto Alegre, Artmed, 2002.


15 de outubro de 2010

O brincar

A prática de atividades lúdica é fundamental para o desenvolvimento afetivo e socializador.

O brincar desenvolve a criatividade, a aprendizagem, a imaginação, constrói relações com os colegas, traz fatos de seu cotidiano, elabora regras de organização.
Segundo Piaget:

O jogo é, portanto, sob as suas duas formas essenciais de exercício sensório-motor e de simbolismo, uma assimilação da real à atividade própria, fornecendo a esta seu alimento necessário e transformando o real em função das necessidades múltiplas do eu. Por isso, os métodos ativos de educação das crianças exigem todos que se forneça às crianças um material conveniente, a fim de que, jogando, elas cheguem a assimilar as realidades intelectuais que, sem isso, permanecem exteriores à inteligência infantil". (1976, p.160).

Dispor de atividades lúdicas possibilita que criança desenvolva sua identidade e sua autonomia.


Dar liberdade para a criança se expressar, ser espontânea, é a melhor forma de aprendizagem, as coisas fluem naturalmente.


O papel do professor não é o de simples transmissor de conhecimento, mas o de “facilitador”, para que este conhecimento seja construído no sentido de despertar sentimentos de segurança, capacidade e confiança, desenvolvendo assim no aluno sua autonomia.


As atividades desta semana contribuíram no sentido de oportunizar as crianças vivências positivas de socialização, exercitar a afetividade, a cooperação, a imaginação e criatividade dentro de um ambiente saudável.

3 de outubro de 2010

No Estágio

O sentido de formação profissional implica em entender a aprendizagem interdisciplinar como um processo contínuo e requer uma análise cuidadosa desse aprender em suas etapas, evoluções, avanços e concretizações. Requer redimensionamento dos conceitos que alicerçam tal possibilidade na busca na compreensão de novas idéias e valores.
Saber identificar os conhecimentos que a criança já possui e desenvolver a construção de novos conhecimentos, sabendo quais os percursos que serão necessários para tanto, são as principais habilidades que um professor precisa possuir.
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"A Educação Infantil cuida das relações entre vínculos afetivos, compartilhamentos, interações entre as crianças pequenas, que precisam ser atendidas e compreendidas em suas especificidades, dando-lhes a oportunidade de ser criança e de viver essa faixa etária como criança. Por que diminuir esse tempo e forçar uma entrada prematura na escolaridade formal? Não há ganhos nesse apressamento e, sim, perdas, muitas vezes irrecuperáveis: perda do seu espaço infantil e das experiências próprias e necessárias nessa idade.” Parecer CNE/CEB nº 39/2006, aprovado em 8 de agosto de 2006

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A principal atividade da criança até os seis anos é o brinquedo: é nele e por meio dele que ela vai se constituindo. Não se deve impor a seriedade e o rigor de horários de atividade de ensino para essa faixa etária. O trabalho com a criança até os seis anos de idade não é informado pelo escolar, mas um espaço de convivência específica no qual o lúdico é o central.
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