30 de abril de 2009

Ancestralidade

Através da leitura do texto Em busca de uma Ancestralidade Brasileira e da aula presencial constatei melhor a importância de pensar e repensar a identidade. É preciso trazer a figura dos antepassados para dentro da escola. É preciso fazer com que nossas crianças possam buscar a riqueza dos ancestrais. Isso fará com que compreendam a importância da identidade enquanto sujeito, integrante de uma sociedade.

O PARECER CNE/CP Nº 003/2004, DE 10/3/2004, homologado em 19 de maio de 2004, estabelece as diretrizes curriculares nacionais para a educação das relações étnico-raciais e traz orientações de como a lei 10.639/2003 deve ser implementada. Este Parecer é pertinente às Diretrizes Curriculares para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana, e visa regulamentar a alteração ocasionada à Lei 9394/96 de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, pela Lei 10639/2003 que estabelece a obrigatoriedade do ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana na Educação Básica.
De acordo dados do Censo de 2002, foi constatado que 45% da população do País é negra. A urgência do estudo de assuntos decorrentes da história e cultura afro-brasileira e africana, as contribuições histórico-culturais dos povos indígenas, devem ser parte integrante dos estudos do cotidiano escolar. Analisado por este prisma, o assentamento dessa inclusão em prática de maneira decidida e apropriada no cotidiano da vida escolar, certamente, estaremos trabalhando com indicadores da qualidade da educação, considerando a pluralidade étnica e as características regionais que fazem parte da realidade brasileira.

A escola deveria contribuir para que princípios constitucionais de igualdade fossem viabilizados, mediante ações e com questões da diversidade cultural, indicando a necessidade de se conhecer e considerar a cultura dos diversos grupos étnicos.

Pedagogias de combate ao racismo e a discriminações devem ser elaboradas com o objetivo de fortalecer entre os negros e despertar entre os brancos a consciência negra. Para Borges (2002) a própria noção de identidade de uma cultura se dá por meio da consciência de suas diferenças em relação às outras culturas, sem que, para tanto, se criem juízos de valor que desqualifique uma em detrimento de outra .

"A aspiração de ser reconhecido como ser humano corresponde ao valor que chamamos de auto-estima. Ela leva os negros a desejarem libertar-se do estado de inferioridade a que foram relegados e desejarem libertar-se do estado de inferioridade a que foram relegados e desembaraçar-se das imagens depreciativas de si mesmos.
Particularmente, leva-os a lutar contra o racismo que representa, acima de tudo, uma negação de identidade configurada pela negação radical do valor das heranças histórica e cultural de onde advêm a discriminação e a segregação (D’Adesky, 1997)."

29 de abril de 2009

Modelos Pedagógicos e Modelos Epistemológicos

Empirismo

Na epistemologia empirista, a única fonte de conhecimento humano é a experiência adquirida em função do meio físico mediado pelos sentidos. Na perspectiva empirista, o ensino se dá centrado no professor que dita, fala, decide, ensina, pois crê que somente ele pode produzir algum novo conhecimento no aluno. Este, por outro lado, só aprende se o professor lhe ensina, lhe transfere o conhecimento.
Assim, o papel do aluno é escutar passivamente, executar ordens em silêncio, quieto, repetindo quantas vezes for necessário, até aderir em sua mente o conhecimento transmitido pelo professor. O sujeito encontra-se, por sua própria natureza, vazio, como uma "tábula rasa", uma folha de papel em branco.
Para Locke, o homem não pode atingir a verdade definitiva, pois tem nos fatos, e não nele, a fonte principal para tal explicação. Refuta a idéia das teorias inatas e com isso destaca a importância da educação e da instrução na formação do homem.
A pedagogia para os empiristas é diretiva. O aluno aprende se e somente se, o professor ensina.
O professor acredita no mito da transferência do conhecimento. O professor possui o saber e detém o poder estabelecido por hierarquia: "O professor ainda é um ser superior que ensina a ignorantes. O educando recebe passivamente os conhecimentos, tornando-se um depósito do educador" ( Freire, 1985, p. 38).

Apriorismo

A epistemologia apriorista opõe-se ao empirismo por considerar que o indivíduo, ao nascer, traz consigo, já determinadas, as condições do conhecimento e da aprendizagem que se manifestarão ou imediatamente (inatismo) ou progressivamente pelo processo geral de maturação. Toda a atividade de conhecimento é exclusiva do sujeito, o meio não participa dela.
Essas idéias inatistas seriam submetidas ao processo maturacional de forma pré-determinada ou a priori. A base do apriorismo é, portanto, que o sujeito está para o objeto, sem a interferência do meio.
A pedagogia apriorista é não-diretiva, difícil de viabilizar, portanto não é fácil de detectar sua presença na prática da sala de aula. O professor é um auxiliar do aluno, um facilitador.
O aluno já é um saber que ele precisa, apenas, trazer à consciência, organizar, ou ainda, rechear de conteúdo. O professor deve intervir o mínimo possível.


Construtivismo

O construtivismo ou interacionismo representa uma postura epistemológica que compreende a origem do conhecimento na interação do sujeito com o objeto.
Piaget traçou parelelos e analogias entre a Biologia e a Psicologia e mostrou que a inteligência é o principal meio de adaptação do ser humano. A inteligência não cria organismos novos, mas constrói mentalmente estruturas suscetíveis de aplicar-se às estruturas do meio.
Ela constitui uma atividade organizadora cujo funcionamento prolonga o da organização biológica e o supera, graças a elaboração de novas estruturas. A epistemologia construtivista propõe que o conhecimento não é dado como algo terminado, acabado. Um dos pressupostos do construtivismo é que nossa estrutura cognitiva está configurada por uma rede de esquemas de conhecimentos, os quais dependem do nível de desenvolvimento e dos conhecimentos prévios do sujeito aprendente.
No construtivismo, o sujeito e o objeto não são estruturas separadas, mas constitui uma só estrutura pela interação recíproca. Nesse sentido, a fim de propiciar que o aluno seja ativo e protagonista, na construção do conhecimento, surge a necessidade de o professor exercer um papel igualmente ativo, pois é ele quem dispõe das condições para que o aluno acione seus conhecimentos prévios, , o professor além de ensinar, aprende aquilo que o aluno já construiu até o momento, quer dizer “quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender” (FREIRE, 1996, p. 23).